O que dizer agora? # 3: QC ou não QC?

Doug Conely, diretor de produtos e tecnologia da Peach, fala sobre por que o controle de qualidade para anúncios em vídeo precisa ser maior nas agendas dos profissionais de marketing digital

20 abril 2020

Em publicidade e marketing, o controle de qualidade tende a ser algo que só notamos quando a situação já está muito ruim.

Na TV os problemas são detectados e tratados com eficiência. Isso ocorre porque os problemas que surgem tendem a ser bastante graves e perceptíveis, como por exemplo, os termos e condições que tornam-se ilegíveis devido a um arquivo de vídeo de resolução SD usado ao invés de um arquivo HD.

Quando é online, no entanto, não é tão fácil identificar onde os erros estão acontecendo. Existem problemas, principalmente com anúncios digitais, em que a rápida evolução dos dispositivos e velocidades de conexão deixou a cadeia de suprimentos de anúncios em vídeo online um pouco confusa.

Talvez não devêssemos ficar surpresos. Já faz  anos que o foco das agências de mídia digital tem sido o público-alvo, o preço e o resultado dos anúncios. Isso significa que o controle de qualidade sofre devido à falta de atenção, e estamos vendo erros surgindo com cada vez mais frequência.

Estou falando sobre problemas como:

Níveis de som. Em um evento do IAB Tech Labs em dezembro de 2018 em Nova York, a reclamação mais comum da a inteligência adtech reunida foi a falta de padrão para níveis de áudio. Isso significa que um anúncio poderia começar a ser reproduzido e ficaria muito baixo - ou, pior ainda, muito alto - para o conteúdo. Ninguém gosta de um vídeo repentino e estridente em uma guia que eles esqueceram aberta. Pior ainda, quando isso ocorre ao fazer streaming para uma grande TV,  o que não acontece na transmissão de conteúdo.

Anúncios em eventos ao vivo. Sobre o assunto de precisão de quadros, se você tem um anúncio que está entrando em um espaço de 30 segundos, mas sai por alguns frames, isso pode ser extremamente irritante para o consumidor. Ninguém quer que um evento ao vivo - especialmente esportivo - seja interrompido por um anúncio.

Transcode caseiro. É muito comum ouvir histórias sobre equipes de contas de mídia não treinadas que usam ferramentas de má qualidade e gratuitas para tentar colocar os arquivos no formato certo sem o conhecimento e a experiência necessários para realizar o trabalho de maneira confiável e adequada. Como já se pode imaginar, essa abordagem aleatória regularmente leva a erros de controle de qualidade que poderiam ser evitados se você souber o que procurar.

Problemas de cor. O que parece incrível e claro na tela de 40 polegadas do seu pacote de edição não se traduz necessariamente na enorme variedade de dispositivos que as pessoas têm em casa e no bolso. Em nenhum lugar isso é mais evidente do que quando se trata de problemas de cores, onde o que as pessoas vêem pode ser totalmente diferente do que o anunciante pretendia mostrar.

Esses problemas aparentemente pequenos podem aumentar e afetar as campanhas de maneiras difíceis de prever. Um exemplo divertido do Japão refere-se a qual será a cor do arroz quando este for anunciado. No oeste do Japão, você precisa dar ao branco um tom ligeiramente mais vermelho e quente. Se você estiver no leste do Japão, será necessário mostrar uma nuance de azul e branco porque é mais frio. Portanto, se você errar nessa minúscula mudança de cor, sua pesquisa sobre as preferências do consumidor não funciona mais. Pode parecer algo sutil, mas em milhares de campanhas e milhões de consumidores, esses tipos de erros podem se somar à um grande problema.

No passado, a publicidade digital conseguia ignorar esses problemas. Mas hoje em dia, quando o conteúdo transmitido é reproduzido em TVs enormes e as telas de nossos telefones são melhores do que as de nossos laptops há cinco anos atrás, isso se tornou um grande problema. Enquanto esperamos que uma padronização entre em vigor, os profissionais de marketing precisam garantir que a qualidade seja mantida nas cadeias de suprimentos de vídeo, desde a edição até a tela do consumidor.

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By Doug Conely